sábado, 20 de agosto de 2011

Capítulo de hoje: Contradições e telefone celular

Vamos assumir: sou uma pessoa contraditória por natureza. Ponto final. Mas será que esse é o primeiro passo para ser mais coerente? Bom, porque definitivamente não amo a contradição nem gosto de ser tachada como contraditória. Na verdade, fujo dessa pecha desde que adquiri certa consciência sobre o problema e tento ser razoável, lógica e, pelo menos na aparência, minimamente controlada. Mas basta eu falar algo sobre mim mesma com bastante certeza que Deus, o Universo ou uma força misteriosa faz com que eu pague a língua com classe.

Outro dia, por exemplo, disse a um amigo de uma maneira muito dona de mim que ninguém, mas ninguém, ninguém mesmo mexia no meu volante ou na minha panela: “ - Eu odeio quando alguém mexe na panela quando estou cozinhando e pior ainda quando seguram no volante quando estou dirigindo!”

Óbvio que horas depois, lá estava eu dirigindo e pedindo para esse mesmo amigo segurar o volante enquanto, desesperada, tentava procurar o celular na imensidão do buraco negro da minha bolsa! Abrindo parênteses, tentando explicar o inexplicável: o motivo era importante e era muito tarde, não havia nenhum outro carro na rua... Humpf, ainda bem que nesse dia não cozinhei e nem falei que não atendia telefone dirigindo.

Enfim, essa história me lembra que não gosto de telefone celular. Nunca achei a última maravilha do mundo, nunca quis o último modelo. Tenho por necessidade e passei a atender 70% dos telefonemas só porque comecei a morar sozinha. O que me irrita profundamente é que pelo simples fato de ter um celular, a maioria das pessoas pensa que devo atendê-las na hora que ligam! Tudo virou urgente. Ah, por favor. Na minha cabeça é assim: primeiro as pessoas, depois as coisas; as coisas nos servem e não nos escravizam. Prefiro falar com as pessoas ao vivo e se me ligam, eu ainda sou uma pessoa e como as pessoas são mais importantes que as coisas... atendo se quiser e se der.

Tá bom, no dia do carro, era minha mãe ligando. E para quase todo mundo, mãe nem pessoa é... mãe está em outra esfera. E pra terminar o capítulo da contradição: depois de alguns anos joguei meus celulares fora (é... eu tinha mais de um) e comprei um Iphone nesta semana. Estou morrendo de felicidade! Vai me entender. Mas assim como mãe não é uma pessoa qualquer, um Iphone não é um celular qualquer, não é?

3 comentários:

  1. Lindo! Parabéns! Consigo bem ver isso como um episódio de sitcom, hehehe :)

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  2. Adorei! Que bom que vc está escrevendo, esse seu talento tem que ser compartilhado com a gente! Aguardo minha participação no sitcom, hehe...

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  3. Adorei o nome, Lil! Nunca parei para pensar o quanto vc era contraditório, mas agora faz muito sentido... hehe xxoo

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