Quando aprendi a ler...
Com as mãos unidas
Três letras me tiraram o véu
Passei a enxergar a luz
Da LUA cheia no papel
A primeira palavra
Nunca me esqueci
A lua não era mais do céu
Foi o que li!
Quando aprendi a ler...
Com as mãos unidas
Três letras me tiraram o véu
Passei a enxergar a luz
Da LUA cheia no papel
A primeira palavra
Nunca me esqueci
A lua não era mais do céu
Foi o que li!
Ok. O título de hoje não é nenhuma receita. Foi somente o que aconteceu entre agosto, quando comecei este blog, até o presente momento (em que deveria estar estudando, mas o prazer de escrever me chama). Nesse ínterim, aconteceram muitos fatos, todos muito rápidos, intensos , felizes e conectados . Resumindo, foi assim: não tinha celular bom, comprei iPhone, fiquei feliz, planejei férias, fui visitar minha amiga Dani no Canadá, último dia: perdi meu iPhone...
Mas como tudo tem compensação, e eu que sempre afirmo que as pessoas são mais importantes que as coisas, o resumo da minha vida amorosa é o seguinte: não tinha relacionamento verdadeiro, como não dá pra comprar relacionamento, fiquei infeliz, não planejei nada, decidi cuidar de mim, nos primeiros dias de férias: acabei reconhecendo o amor mais lindo do universo (ai, como eu tenho medo da minha própria pieguice).
Bom, achei a troca justa. Mais que justa, até. Trocaria muitos iPhones pelo amor mais lindo da galáxia (vixe, lá vem eu de novo). E eu nem gosto muito de celulares mesmo...
Não sou lótus
Tampouco diamante
Tenho pouca paz
Nenhum bem
Mas sou perseverante
Busco a pureza
A fortaleza
E, quem sabe,
O amor de alguém
Meu aniversário está chegando e, inevitavelmente, faço um balanço da minha vida. Nestes dias, ando pensando na lista de tudo o que deveria fazer antes de morrer. Parece dramático, mas a escrevi quando estava deprimida, no ano passado. Acho que no final das contas, o resultado foi positivo. Fiquei feliz ao perceber que fiz um montão dos itens da lista: comecei a correr, participei de uma maratona internacional (mesmo correndo apenas 10 km), criei cachorro, perdi peso, fiz novos amigos, ri até a barriga doer...
Aliás, o dia que eu morri de rir foi muito interessante. Conheci um pouco mais sobre mim mesma. Estava com minha amiga Lízia em um casamento, eu de vestido tomara que caia e ela também de vestido, toda arrumada. Depois da cerimônia na igreja, fomos para a recepção. Na festa, havia um pula-pula, que deveria estar ali para outros eventos, festinhas de criança, sei lá. Como nem eu nem ela precisamos beber para nos divertir, lógico que subimos no pula-pula. Para minha surpresa, eu não conseguia ficar em pé, nem por um minuto. Lizinha ficou pulando ao meu redor e eu, sentada feito uma tábua segurando o vestido, fiquei quicando sem parar e tentando me levantar.
Na verdade, o problema não foi não conseguir ficar em pé ou não conseguir pular. O problema foi o jeito que eu caía. Eu caio para o lado de uma vez como se fosse um cabo de vassoura caindo no chão! Ou uma árvore cortada: “- Maaadeira!” Daí, já viu, a Lízia achou graça do jeito que eu caía e continuou a pular. Eu tentava me equilibrar, mas voltava a cair desse jeito esquisito. Eu ri tanto, tanto, tanto que comecei a chorar. Nossa, pensando bem, somos ótimas convidadas para casamentos! Depois da cena, até os noivos ficaram empolgados e também foram pular. Se você vai casar, pode nos convidar... a diversão é garantida (pelo menos para nós duas)!
Voltando ao papo da lista, faltam alguns objetivos a serem alcançados: conhecer a Índia, Itália e Macchu Picchu, morar perto do mar, dobrar mil tsurus, aprender a tocar cavaquinho, lavar a louça todos os dias, aprender a trocar o pneu do carro, dançar tango na Argentina. Tem também umas ideias esdrúxulas, ou, no mínimo, criativas: pegar o microfone do carinha que fica fazendo propaganda no supermercado e sair correndo (por isso faço compras ouvindo música), participar de um flash mob, mergulhar e passar a mão em uma tartaruga marinha (pra mim é esdrúxulo porque nem nadar eu sei), fazer uma peregrinação e me apresentar em um palco novamente.
Bom, se você quer fazer uma dessas coisas comigo, pode me falar, porque também faz parte das minhas metas para o novo ano ter sempre boas companhias, mesmo que seja para me incentivar a lavar a louça!
Eu e os animas de rua temos um caso sério de amor. Ou melhor dizendo, sou apaixonada pelos animas da rua, principalmente os cães. O misto de sentimentos como compaixão, admiração e pena é tão grande que já parei o carro pra ajudar cavalo de carroceiro, salvei gatinho com pata quebrada, já peguei passarinho caído. No caso do gato, o Cafezinho, a história rendeu uma novela mexicana tão tragicômica que merece um capítulo à parte.
Em um domingo desses, como faço sempre, acordei às 7 da manhã e fui levar o carro para lavar, em um posto do final da Asa Norte. Levei o Chico, meu cachorro, porque enquanto estão lavando o carro, volto a pé para casa. São só duas ou três quadras e eu e meu shitzu vamos aproveitando o sol da manhã.
Nesse dia, durante o caminho, vi um cachorro pequeno, marrom com a ponta do rabo branquinho. Claro que, sem pensar, fiz aquela voz de conversa tatibitate que as mães usam com as crianças pequenas: “-Oi, neném, vochê é menina ou menino?”
Abaixei a cabeça, analisei, e vi que era menina. E uma menina muito esperta. Veio nos seguindo... Seguindo... Uma quadra, duas quadras. Fazia umas gracinhas para mim: pulava, atravessava a rua e ficava nos esperando do outro lado. Lógico que minha mente criativa começou a fantasiar. “Vou ficar com ela, vou levá-la ao veterinário, ela vai se chamar Rapa, pois é parecida com uma raposinha.”
Raposinha nos acompanhou até a portaria do prédio. Fiquei com o coração partido. Subi com o Chico, peguei um pouco de ração e desci. Para piorar, ela estava me esperando, deitada, com as patas cruzadas, a esquerda em cima da direita... tão fofa! Tive que tomar uma decisão rápida e me conter; não fiquei com a cadelinha, dei a comida e não olhei para trás. Ela comeu, bebeu água e foi embora.
Contei a história para todo mundo que encontrava naqueles dias, como meu coração estava partido, como a cachorrinha tinha me escolhido, pois tinha me seguido, como queria ficar com ela, como o mundo era injusto. Ao ouvir minhas lamentações, meu irmão, que sempre dá um banho de realidade no meu romantismo, tentou me consolar do jeito dele:
“- Ah, Lílian, deixa de ser boba. Esses cachorros de rua são iguais estelionatários. Eles sabem quem seguir!”
Hoje não tem história... Mas tem fundo musical: “O verme passeia na luuuuuua cheia!” Eu adoro essa letra e amo a voz do Ney Matogrosso. O único senão é que, de novo, vou ficar por semanas com a melodia na cabeça sem parar. Eu durmo, como, trabalho e tomo banho escutando o refrão. Pensei que ao chegar em casa eu iria me esquecer da música, mas, não senhor! A trilha musical mental para os próximos dias foi escolhida.
Pelo menos dessa vez, o verme passeia na lua cheia está associado a um fato muito legal: hoje, dia 22 de agosto, terminamos de ler o livro “O Caminho do Artista: Criatividade como Prática Espiritual” de Julia Cameron, generosamente traduzida por minha grande amiga Ester Macedo. Lemos o livro em grupo e estamos nos reunindo desde maio. Nesse “grupo de criatividade”, como intitulei, conheci pessoas maravilhosas e empolgantes. Enfim, na reunião de hoje, antes de começarmos a ler o Epílogo, eis que começa a tocar a música!
Interessante que quando conhecemos as pessoas por muito tempo, existe uma sintonia estabelecida e eu nem precisei explicar muito para a Ester o quanto o refrão iria ficar na minha cabeça: começamos a rir e tive que me conter para parar. E é nesse espírito de crise de riso, que aproveito para agradecer a Deus por essa amiga estérica e estrelada. Vivi tantos bons momentos com ela, uns até meio psicodélicos (o verme passeia na lua cheia!). Sinceramente, nem sei o que fiz de tão bom para ter uma amiga como ela. E esse blá blá blá todo é para agradecer a você, Ester, pelo livro, pela disposição e por você ser você. Este blog é fruto das nossas leituras! E, agora, para terminar o intervalo de maneira bem piegas: te amo profundamente. Você é uma flor astral! O verme passeia na luuuuuuua cheia!!!